sexta-feira, 24 de maio de 2019

2019


Com tanta tecnologia, alguém ainda tira tempo para ler blogs? Alguém aí que não esteja viciado em uma tela de celular, ainda lê historias e pensamentos de outras pessoas? Que não seja sobre politica, a favor do vermelho ou da bandeira verde e amarela? Tem alguém aí do outro lado da tela lendo minhas palavras?
Em 2018 eu fiz uma unica postagem no blog, mas não por preguiça, nem  por falta de tempo. Realmente, acho que todos estão muito concentrados nas redes sociais. Todos estão concentrados demais nos likes que podem receber com postagens de viagens internacionais, viagens regadas a vinho, espumante, roupas de marca e até os "recebidos".
Quando iniciei o blog, era para falar sobre os livros lidos durante o ano, para eu conseguir catalogar,de forma a me fazer lembrar, todas as histórias que eu vivenciei entre páginas e páginas antes de dormir, durante o final de semana, indo para o trabalho.
Muitas pessoas interagiam, muitos comentários sobre as literaturas lidas, muitas sugestões de historias fascinantes eu recebia. Fiz amizades, que foram não tão duradouras, mas que me ajudaram a crescer e a querer sempre ler cada vez mais.
Agora, todas essas historias, pessoas, literaturas se reúnem em dois lugares principais: Instagram e Facebook - tem até o snapchat, isso? - e não que seja de todo ruim (afinal, tudo de 2 lados como uma moeda), mas aonde estão aquelas pessoas que escreviam sobre amor, musica, rock and roll e politica despretensiosamente, ou não, sem esperar comentários bons, ruins, curtidas, sensacionalismo ou esperar virar "meme"? 
Onde estão vocês? Eu gostaria de obter respostas. Eu sei que não terei. Há teias de aranhas nesse canal, que estão entranhados e que acredito ser de difícil remoção. 
No ano passado, eu voltei a escrever em diários. Eu voltei. E foi tão bom! Uma terapia tão minha, um encontro tão profundo comigo mesma. Eu posso grudar papeis de bombons, posso colocar meus pensamentos ali, posso dizer palavras feias sem que ninguém se ofenda, posso chorar e rir e contar sobre meus sonhos, pesadelos, amores,desamores, trabalho, sucessos, insucessos.
Na verdade, eu não escrevo em apenas um diário, eu tenho 3. Um deles sempre esta na minha bolsa.
Hoje eu relembrei meu blog, reli algumas passagens (algumas tristes, outras alegres) e me deu uma vontade imensa de colocar no papel esses pensamentos. Não tenho papel e caneta em minhas mãos, eu coloco aqui pra vocês.
Eu não preciso esperar por curtidas, não virão. Não ficarei famosa, nem serei meme, nem uma escritora reconhecida por essas meras frases digitadas. Entretanto, eu queria por meio dessas palavras tentar entender a que passos a humanidade tem caminhado. Em 10 anos tantas coisas mudaram de forma tão rápida e maluca. 
Viramos reféns da internet. Éramos antigamente reféns da maquina de datilografia? Éramos ansiosos pelo carteiro, mensageiro de tantas cartas escritas noites sem fim, canetas de cores diferentes, com cheiro, sem cheiro, em papeis timbrados, papeis de carta com perfume de rosas. Erá bem ótimo, não era?
Era. Já foi. Não volta mais. 
Agora somos reféns do vibra do celular enquanto atualiza milhares de mensagens digitadas rapidamente. Tudo veloz. Ai que não seja assim, já bloqueia, já cortam-se amizades. Dilaceram-se corações.
Corações dilacerados por homens e mulheres que já não querem compromisso, não querem assumir papeis porque, afinal, a vida é tão curta para viver-se preso a uma pessoa só. Beijar um corpo apenas. Entregar-se a um coração.
Por que se podemos conhecer tantas pessoas por aplicativos, uma noite de diversão e uma cama solitária no sábado pela manhã?
Há tanto pra se dizer, há tanto para compartilhar, mas me diga você, em que gigabyte eu posso te encontrar?




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