quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Precisava escrever

Achei que agora adulta eu teria o que não tive. Até tive. Por pouco tempo. Será que aproveitei? Será que um dia eu vou conseguir recuperar?
Da vontade de fugir de si, de se esconder, se isolar. Da vontade de dormir e nunca mais acordar.
Tantos projetos, tantos sonhos.
Cade a minha humanidade? Eu quero ser humana a ponto de ter orgulho de mim. Eu quero poder fazer o bem, dar o melhor, ser melhor.
Eu queria poder escrever tantas outras coisas, tantos outros sentimentos.
Agora, da onde eu estou sentada, escuto o silêncio, as vezes ele me ensurdece e outras me acalma.
Tem dias q sossego e outras que os sonhos me atormentam.
 Tão vivos.
Quase consigo tocar.
 Quase consigo falar.
As vezes eu gostaria de poder gritar.
Gostaria de ser melhor do que sou hj.
Sem mesquinhes, sem avareza, sem maldade.
Pura.
Pensamentos tranqüilos.
Em alguns momentos eu consigo. Outros eu me debato.
Quem no final das contas não sofre assim?!
Alguns calados, outros gritando;
Muitos apenas passam.
Será que eu não tenho apenas passado?
Cade a minha força, Cade a minha luta?
Cade eu em mim?!
Me estapeio e não consigo parar.
Parar o que?! Se tudo já parou há tanto tempo.
Me julgo má, me julgo terrivelmente.
E os sons que escuto são apenas os meus ecos de dias aparentemente tranqüilos.
Me busco incessantemente.
Alguém me acha?
 Alguém me encontra nesse bater de gente?
Não são eles que devem me encontrar.
Sou eu a mim.
Não são eles que devem esquecer.
Sou eu a eles.
Não são eles que devem desculpas pelo emaranhado da vida.
Eu me despeço, eu me reencontro.
Todo dia.
O dia todo.

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